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A pele que habito: Champôs sem...

domingo, 11 de dezembro de 2016

Champôs sem...


De todas as teorias da conspiração que circulam pela essa internet, algo me diz que os champôs são o bode expiatório de maioria delas. Talvez isto aconteça por serem um dos poucos produtos que toda a gente usa, ou simplesmente porque contêm todos os ingredientes demonizados.

Ironicamente, os champôs são também produtos enxaguados, e que por isso contactam por pouco tempo com a nossa pele.

Por ver tantas restrições associadas a estes produtos decidi investigar um bocadinho a história por detrás de cada ingrediente. E uma coisa vos garanto: depois de lerem esta publicação, a carteira vai agradecer :p

  • Sulfatos
Podemos encontrar estes ingredientes sobretudo em champôs e produtos de banho para corpo, havendo quem jure a pés juntos que provocam cancro, mesmo sem saber de onde virá tal ideia. Na verdade, a maior preocupação que devemos ter com os sulfatos é o seu potencial irritante, que depende:

Do tipo de produto, já que quando o produto é enxaguado estes ingredientes ficam pouco tempo em contacto com a pele;

    • Da sensibilidade de quem os usa;
    • Da quantidade de ingredientes que pode ser encontrada em cada produto
    • Este último ponto faz toda a diferença por uma razão muito simples:

Os sulfatos são surfatantes, e nos champôs são utilizados com o objetivo de envolver, dissolver e arrastar a sujidade. Para que isto aconteça, cada surfatante precisa de estar presente numa concentração mínima, e que varia de molécula para molécula.

Quando presentes em concentrações elevadas, alguns sulfatos (especialmente o laurilsulfato de sódio, SLS) podem provocar irritação na pele, especialmente para quem já a tiver seca e sensível. Mas justamente por serem surfatantes muito fortes, a quantidade necessária de sulfatos para que o produto final tenha um bom poder detergente é relativamente baixa.

Assim, ao contrário dos produtos de limpeza doméstica que estão carregados de sulfatos (certamente já usaram lava-tudo sem colocar luvas e não gostaram do resultado), a maioria dos cosméticos que os contém é bem tolerada pela maior parte das pessoas.

Já existem marcas que optam por formular champôs "sem sulfatos" para conquistar os clientes mais preocupados. Só que em muitos desses produtos os sulfatos são substituídos por outros surfatantes em quantidades mais elevadas de forma a igualar a capacidade de detergência dos produtos com sulfatos. Resultado: produtos igualmente eficazes e inofensivos,  mas geralmente muito mais caros.

Noutros, de facto o produto final terá um menor poder de detergência, e será indicado para quem tenha pele muito sensível ou um cabelo muitíssimo danificado. Mas quem tem o couro cabeludo oleoso certamente não vai gostar da experiência...

Assim, a menos que tenham alguma sensibilidade particular a estes ingredientes ou a produtos de limpeza tradicionais, não valerá a pena investir em produtos que vão dar o mesmo resultado.

  • Silicones
São alguns dos ingredientes mais eficazes para amaciar o cabelo, mas também para manter a hidratação da pele. No primeiro caso envolvem a fibra capilar e formam uma camada resistente à água que não só sela cutícula, fortalecendo o cabelo, como também impede a desidratação e amacia.

O problema acontece quando há uma acumulação deste revestimento na fibra capilar, que faz pesar o cabelo e lhe retira volume. Por este motivo, quem tem cabelo com pouco volume pode mesmo precisar de evitar os silicones.

Para evitar que a acumulação dos silicones aconteça, podemos fazer algumas coisas:

    • Usar um champô adequado ao tipo de couro cabeludo, e não ao estado das pontas
    • Usar alternadamente um champô "purificante" ou simplesmente “sem silicones” para remover os resíduos depositados


  • Sal
A quantidade de sal existe nos champôs, e que vai até ser diluída em água, não se compara de maneira nenhuma àquela que se encontra na água do mar. Por isso, não faz sequer sentido comparar os efeitos que o champô com sal e a água do mar têm no cabelo.


Mas porque é que o sal é utilizado?
Na maioria dos champôs e em alguns condicionadores o sal serve para viscosificar o produto, tornando-o mais cremoso e fácil de utilizar durante a lavagem.

No entanto, há quem pense que o sal possa danificar um alisamento capilar por interagir com as ligações formadas na fibra do cabelo durante o processo. Mas tendo em conta o tipo de ligações em causa, diria que é altamente improvável que isto aconteça...

  • Parabenos
Já escrevi uma publicação detalhada sobre este assunto, e por isso deixo-vos apenas um resumo: em 2004 um "estudo" encontrou parabenos em tecido de cancro mamário. Da mesma forma que podia ter encontrado uma série de outras coisas. E juntando isso ao facto destas moléculas terem uma estrutura semelhante à dos estrogénios, concluiu que estes ingredientes poderiam ser disruptores endócrinos, ou até promotores do desenvolvimento de cancro da mama.

Ora, não só os parabenos se ligam aos recetores dos estrogénios com uma "probabilidade" 10 000 a 1000 000 de vezes inferior à das próprias hormonas, o que torna esta tese bastante improvável, como dificilmente passarão para a corrente sanguínea quando usados em cosméticos. E além do mais, o simples facto de os parabenos serem encontraos no tecido cancerígeno é insuficiente para se concluir o que quer que seja relativamente à sua carcinogenicidade.

Mas apesar de tudo isto, os parabenos continuam a ser provavelmente os ingredientes mais odiados de toda a indústria.
Curioso é que o sejam também nos champôs, que contactam com a nossa pele apenas por uns minutos, e praticamente não deixam resíduo.

  • Fenoxietanol
Tal como os parabenos, o fenoxietanol é um conservante, e por isso utilizado com o objetivo de evitar a contaminação microbiológica dos produtos cosméticos. 

Embora seja rotulado como sensibilizante, poucas são as pessoas que realmente reagem a este ingrediente, sendo mesmo um dos conservantes melhor tolerados e bem estudados que se conhece. O fenoxietanol é também apontado como neurotóxico, mas não por aplicação tópica nem tão pouco em concentrações tão baixas como aquelas em que o encontramos nos cosméticos (até 1%)

Curiosamente (ou não), em muitos produtos o fenoxietanol é considerado um ingrediente natural, já que pode ser encontrado no chá verde. No entanto, na grande maioria das vezes, o ingrediente usado é de origem sintética, já que é significativamente mais barato.

  • EDTA
É rotulado como carcinogénio, embora a sua capacidade mutagénica só tenha sido demonstrada em bactérias.

Além disso, o EDTA é uma molécula de grandes dimensões, pelo não é absorvido por aplicação à superfície da pele, sendo eliminado progressivamente aquando da descamação.

Este ingrediente é muito eficaz para a preservação de produtos cosméticos, uma vez que atua por diversos mecanismos mesmo quando usado em muito baixas concentrações. Esta molécula tem a capacidade de atrair iões metálicos como o cálcio, ferro ou zinco inibindo a proliferação de microrganismos que necessitam desses iões, e evitando simultaneamente o rançamento de óleos vegetais e outras gorduras presentes nestes produtos, e para o qual os metais podem contribuir.
Quando usado em champôs, este ingrediente tem essencialmente a como função captar os iões de cálcio presentes nas aguas mais duras, e que poderiam dificultar a ação dos tensioativos que lavam o cabelo ou até formar precipitados.

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